Deus viu que tudo era muito bom!

Iniciou o mês de março, passou o Carnaval, iniciou o tempo litúrgico da Quaresma, ocasião especial de nossa preparação para a Páscoa. Os tempos não são todos iguais. A festa precisa ser preparada. A Quaresma é esse tempo de 40 dias para nos preparar para a grande festa da Páscoa, este ano em 20 de abril.
Quem guia os cristãos no caminho quaresmal é a Palavra de Deus, a Liturgia, os atos de devoção (como a Via-Sacra) e os exercícios do jejum, da oração e da esmola. A Igreja Católica no Brasil tem uma tradição belíssima de lançar, neste período, a Campanha da Fraternidade (CF), que indica um aspecto concreto e necessário da nossa conversão pessoal e comunitária.
‘Fraternidade e Ecologia Integral’ é o tema da CF 2025. O lema, que se encontra em Gênesis 1,31, diz: ‘Deus viu que tudo era muito bom!’. Quando se fala em ecologia integral, o convite é para que entendamos que nós, seres humanos, fazemos parte da criação de Deus. Não podemos pensar a ecologia e a vida do planeta como se fosse algo externo a nós. Não podemos viver sem a ‘Casa’ que nos acolhe.
A experiência recente das enchentes, deslizamentos, repetidas ondas de calor e tantos outros fenômenos climáticos pelo mundo, nos fazem ver as consequências da devastação que o ser humano tem produzido no planeta. A sobrevivência vai ficando mais difícil e, como sempre, os mais empobrecidos é que sofrem mais: os mais pobres, os que moram em áreas de risco, os que são expostos a condições de trabalho precárias.
A compreensão cristã é de que Deus é o Criador de tudo o que existe. A criação tem, portanto, algo de sagrado. Deus abençoou a sua criação. O mundo é bom! O ser humano foi feito bom! As nossas relações devem ser de respeito e cooperação.
Temos muita dificuldade de respeitar os limites que Deus coloca. O desejo de lucrar sempre mais, produzir e descartar para vender mais, um estilo de vida marcado pelo consumismo e pelo desperdício têm levado a uma destruição do ambiente sagrado da criação. Temos problemas com a destinação incorreta dos resíduos. Precisamos diminuir drasticamente o uso de embalagens descartáveis que, embora muito práticas, têm um impacto enorme para a natureza. Há uma lista grande de ações concretas que podemos adotar para colaborar com o cuidado da Casa comum.
Um dos problemas é que, em sociedades que colocam a economia como primeiro e supremo valor, a natureza é apenas um bem a explorar. A crise não é simples, não é apenas ambiental. Ela é, antes, uma crise social.
Este tema te interessa? Procura conhecer o Texto-Base da Campanha da Fraternidade. São 100 páginas preciosas para nos fazer pensar e mudar comportamentos. O mundo é bom, não há dúvidas. E nós, estamos cuidando bem dele?